Esta noite sonhei contigo, estávamos os dois a ver uma casa nova para ti em Paço d'Arcos, achei piada pelo sítio mas fiquei tão contente em ver-te, estás igual ao que guardo na minha memória, com o teu cabelo comprido e o som do teu riso que agora já me consigo recordar, não me lembro do que falámos mas senti-te bem, senti-te em paz e voltei às nossas conversas em que eu estava no cadeirão forrado a veludo e tu sentada na cama à meia luz a fumar um cigarro.
"Temos que decidir uma palavra passe", dizias tu, "para saberes que sou que estou a falar contigo" e eu adiei tanto por um estado de negação como se a aceitação fosse uma sentença acabámos por não decidir. Por um lado ainda bem, um dos meus defeitos é ser preguiçoso, talvez tenha que me esforçar por perceber qual a palavra chave e por outro sentir que a maior parte do tempo que passámos juntos foi sem a sombra da passagem sob as nossas cabeças, porque digam o que disserem pelo menos não nos entregámos ao desespero da perda.
Não vou mentir, fazes-me falta, sinto saudades de te telefonar e contar as minhas desventuras e ter-te como o equilíbrio da balança. Mas é só o egoísmo humano de se fixar nas experiências sensoriais, mas saber que estás bem e que continuas comigo é um passo em frente na minha aceitação que perdi a minha irmã e a Deusa ganhou mais uma guardiã.
Amo-te sempre e vem visitar-me mais vezes.
sábado, 10 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Au revoir Rintintin
Estávamos no Natal de 2006, no dia de Natal mais precisamente quando o meu portátil Toshiba morreu e deixou-me completamente sozinho naquele que talvez tenha sido o pior das últimas duas décadas, numa altura em que tudo o que não podia piorar fez queda a pique e deixou-me desligado do mundo e sem saber muito bem o que fazer a seguir.
Ajudado pelo calor da amizade, tudo acabou por se resolver, com um desktop (na altura) novíssimo montado pelo meus queridos M. e o Z. que fizeram questão de o tornar no melhor computador EVER!
No entanto, seis anos depois coitadinho já não se aguenta, demora séculos a abrir seja o que for, faz reboot e arruina os meus posts e depois de muito ponderar lá o substituí ontem.
Mas agora que contemplo aquela trabalheira maravilhosa que é comprar um disco externo para me preparar e fazer a mudança dos dados de um computador para o outro. Chamem-me sentimentalóide mas ainda que o novo possa fazer tudo o que o outro fazia com uma perna, não deixo de sentir uma certa melancolia por um aparelho que foi uma testemunha silenciosa de uma série de eventos, relações, ralações, alegrias, tristezas, projectos, traduções, blogaria, a Miga...
Só espero que o seu sucessor tenha tanto para contar como este...
Ajudado pelo calor da amizade, tudo acabou por se resolver, com um desktop (na altura) novíssimo montado pelo meus queridos M. e o Z. que fizeram questão de o tornar no melhor computador EVER!
No entanto, seis anos depois coitadinho já não se aguenta, demora séculos a abrir seja o que for, faz reboot e arruina os meus posts e depois de muito ponderar lá o substituí ontem.
Mas agora que contemplo aquela trabalheira maravilhosa que é comprar um disco externo para me preparar e fazer a mudança dos dados de um computador para o outro. Chamem-me sentimentalóide mas ainda que o novo possa fazer tudo o que o outro fazia com uma perna, não deixo de sentir uma certa melancolia por um aparelho que foi uma testemunha silenciosa de uma série de eventos, relações, ralações, alegrias, tristezas, projectos, traduções, blogaria, a Miga...
Só espero que o seu sucessor tenha tanto para contar como este...