quarta-feira, 2 de abril de 2014

A culpa é toda minha



Um dos meus filmes preferidos, "Gone With the Wind"aparte, é o Bram Stoker's Dracula e o mito do vampiros já e certo e sabido pelos sabores, no entanto não gosto do livro, é mesma uma questão de estilo narrativo que não me convence, são muitas vozes de narrador e acabo por não gostar de nenhuma e o ênfase amoroso do Coppola torna o Dracula muito mais aliciante, adoro o exagero e a lado operático da coisa, eu é guarda roupa, maquilhagem, banda sonora, gosto daquilo tudo... ou quase tudo porque coitadinho do Keanu que era a Kristen Stewart dos 90 com a sua mono-expressão mas vá o Jonathan é tão irrelevante naquilo tudo que como só as batatas.

E pelo meu amor ao Dracula e aos vampiros (nomeadamente da Sôdona Rice) é quase impossível resistir aos livros que são retellings, revisitings, covers etc etc etc do famoso conde. Já não me lembro da piroseira que li que metia a Bathory (essa que em livros é uma grande banhada) e outro que era só narrado na primeira pessoa pela Mina que era tão mau, mas tão mau que metia dó.

E depois apareceu o Fangland do John Marks que é um recontar da história do Dracula mas com terrorismo, um programa de entertainment news chamado The Hour (uma crítica ao 60 Minutes) da infame The Network, Dracula aqui chama-se Torgu, um líder do crime organizado romeno que acede a conceder uma entrevista a Evangeline Harker (subtil huh) uma produtora do The Hour da The Network e esta repetição é uma directa ao autor (também ele um ex-produtor do 60 Minutes e que explora neste livro a indústria do jornalismo televisivo e que é por vezes demasiado minucioso para um livro destes, detalha demasiado o que faz cada pessoa por trás deste tipo de programas que não interessam a leitores de ficção e que se calhar seria mais interessante se explorado numa obra biográfica) e narra a viagem dela até à Roménia onde encontra uma evangélica terrorista (parece que estou a gozar não parece? Mas não, é mesmo) que por sua vez é lésbica e fuma porque não há nada contra na Bíblia (bem, nada contra também) mas que apenas serve para um fait-divers gratuito de uma cena de sexo mal escrita porque uma coisa será o sexo entre duas mulheres e outra é um homem a escrever uma cena de sexo entre duas mulheres que cheira-se-me já não ter nada a ver, mas isto sou eu que não só sou mais bolos como também não sou nem mulher nem lésbica.

Depois há os outros que são tão excitantes como ver tinta a secar, desde o noivo da Evangeline que é tão fascinante tão fascinante mas tão fascinante que além de se tentar matar é convenientemente metido pelo autor na gaveta quando ele chega à conclusão que ele pouco ou nada acrescenta ao enredo numa cena que não faz sentido nenhum e a outra que passa de editora de imagem a ex-Black Panther nos 70s, bitch please!

O livro tinha tudo para ser espantoso, um pano de fundo inteligente com uma crítica social que podia ser muito bem aproveitada e dar um filme giro, mas não, é só uma banhada e eu ouvi-o até ao fim porque raramente desisto de ouvir um livro.

Mas a culpa é toda minha que pareço um totó quando leio Dracula, ou vampiros, ou fangs ou qualquer coisa relacionada.

6 comentários:

  1. E a série com o Jonathan Reese-Meyers?

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  2. Partilho contigo o mesmo gosto pelos vampiros, mas desde que apareceu a insuportável saga do Twlight (eu li tudo...mas só vi o primeiro filme) fiquei um pouco farto. Valeu-me a Sookie Stakehouse e mesmo nos livros a história acabou por perder o interesse que tinha no inicio. Gostava tanto que li tudo em inglês.

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    1. Também ouvi os livros todos da Sookie Stackhouse e achei o final uma treta. Gostei muito da saga Vampire Academy, bad name notwithstanding.

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    2. Não fizeram um filme baseado nos livros da Vampire Academy? Sei que há um mas não sei se é sobre essa saga de que falas.

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    3. Fizeram. São seis livros e depois há o spin-off

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