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Eu adoro o conceito de publicações online, desde 2001 (altura em que entrei no mundo do Livejournal) que o facto de podermos escrever para o mundo me fascina profundamente. Na altura fazia-o praticamente em inglês e os Sabores do Vento nascem como um pedido da minha irmã para escrever na minha língua natal, eu na altura retorqui que (eu) tinha mais piada em inglês mas ela não aceitou e lanço-me nos Sabores que depois de alguma habituação afinal (gaba-te cesto) não são assim tão maus.
O Livejournal era um universo intimista onde desabafávamos as nossas agruras e alegrias num universo restrito de pessoas que tinham um acesso exclusivo aos nossos posts e, embora nem sempre isso resulte, eram poucos aqueles que conseguiam ter acesso a coisas de carácter mais pessoal onde nos sentíamos seguros a desabafar. A explosão de popularidade do FB foi minando o LJ e acabámos por migrar também para a nova rede social que se mantém como a mais comum e popular, o Facebook, por ser uma plataforma com bastantes mais utilizadores, acabei por encontrei e manter-me a par de uma série de pessoas cujo contacto era mais espaçado, mas o Facebok, também por ser uma plataforma mais popular, está cheio de pessoas que são mais conhecimentos de circunstância como colegas de trabalho que podem até ver uma foto ou um vídeo de uma música mas que não não queremos que saibam tudo o que vai cá dentro.
Ao abrir os Sabores, decidi imediatamente que muito iria transparecer da minha vida pessoal, em parte porque não é assim muito fascinante, por outro lado porque não queria que fosse um blog privado e porque também achei que não seria elegante abordar determinadas temáticas, não acho ético colocar questões ligadas a trabalho e também não sou apologista de recadinhos a terceiros, quer sejam amigos ou não porque não acho que as teclas surtam muito resultado em lavar roupa suja, prefiro ao vivo e a cores quando assim a minha disponibilidade permite ou num âmbito mais reservado como o email. Se já tive alturas em que me apeteceu gritar "ó inclemência, ó martírio"? Sim, várias todos nós temos um ou outro momento desses mas espelhá-los nos sabores teria como objectivo único e exclusivo fazer-me parecer despeitado e a choramingar por pela compreensão de anónimos online, gosto que leiam o que eu escrevo (senão tinha um diário e não um blog), gosto que se riam, gosto que salivem com coisas de tachos, mas não quero que tenham pena de mim ou que digam que sou absolutamente extraordinário, para já porque sim, é um facto mas caso não fosse, eu até podia ser um cão que sabe escrever e teclar e não este que vos escreve (ia escrever "aqui o menino", mas lá se iria um gatinho) portanto é irrelevante.
Muita confusão me faz também ler pessoas que nos contam tudo, se estão com prisão de ventre, se estão no duche, se estão a lavar a roupa, se estão a fritar um ovo ou se estão a ter sexo (que parar sexo ou esperar para começar porque se vai pôr um status no Face, é assim algo de estrambólico, é que nessas alturas o meu status online é de facto a minha maior prioridade) e eu ponho-me a pensar "Epá... a sério... eu não precisava de saber que vais evacuar, é que não está sequer no meu top 100 de coisas inúteis que me podem contar." e aqui vamos dizer o quê "Ena, hmm, eu bem te disse que aqueles iogurtes faziam efeito!" ou "E já experimentaste os toalhetes húmidos da Renova?" (Por acaso já e gosto muito) fico sempre com aquele tique de começar freneticamente a fazer scroll down já por causa das tosses.
Como eu te compreendo! De vez em quando tenho cá dentro um "too much information" em neon que me deixa com imensas comichoes.
ResponderEliminarNão sei o que me incomoda mais, se o too much information se a constante necessidade que as pessoas têm dos outros sentirem pena delas.
EliminarEolo (é a primeira oportunidade de chamar-te Eolo desde há tanto tempo), antes de ir evacuar, quis só dizer que te acompanho desde, talvez, 2007, e que às vezes uma amizade nasce entre quem gosta de tachos e quem gosta de filmes, por isso continua a largar os teus sabores ao vento, porque, no que me diz respeito, cheiram bem :)
ResponderEliminarRicardo, tu és um daqueles que consegue reportar-se ao LJ, já falámos inúmeras vezes que o tipo de escrita que se fazia ali era único pelo seu cariz intimista.
EliminarUm fala de tachos e outro esmiuça a sétima arte. Olha, agora vou ali tomar banho, é possível que evacue mas não faço promessas.
Já me banhei, evacuei e tal e aqui estou, para um dos meus "vícios". Ler o Sabores.
ResponderEliminarBrincadeiras à parte, estou contigo. E se me salta a tampa, oh se salta e me apetece pôr a boca no trombone. Mas pronto ponho noutras coisas, como poe exemplo num café que está ali à minha espera.
E arranjas café decente por terras manolas ou é o Nespresso em casa?
Eliminarneste momento estou em processo de largar o vicio do FB (tal como fiz com o twitter) porque as pessoas deprimem-me.. isso ou devia limpar uma boa parte dos meus contactos :/
ResponderEliminarquem ganha é o blog, voltei a postar com mais frequência :)
Nada como um bom Sonasol no Facebook para deixar a casa a cheirar a lavado, eu também me deprimo por vezes com coisas que leio mas é uma questão de tempo até levarem com a esfregona.
EliminarEu estou a tentar ser mais disciplinado com o meu.
são os concursos para ver:
Eliminara) quem tem o(s) filho(s) mais bonitos e inteligentes (é dramático o picanço entre pais);
b) quem acorda mais cedo / passa mais noites em claro por causa dos filhos;
c) quem passa mais horas afogado em trabalho;
d) quem tem a pior dor / doença;
e) quem anda mais queimado da cabeça;
f) quem faz mais queixas do/a respectivo/a;
g) futebol e clubismos;
i) "o meu é melhor que o teu porque..."
e podia continuar... chega a meter nojo :P
Epá Isa, não queres fazer uns copy pastes dessa emoção tão grande? É que eu uso tanto Sonasol que vou perdendo essas pérolas, ainda que estejam lá algumas.
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