Hoje, em amena cavaquerie cibernética com o ácido R., ele vira-se e pergunta-me "Conheces o blog a Pipoca Mais Doce? Sabes o nome da Pipoqueira que escreve?" e a partir daí foi a emoção.
Antes de mais, o belo do disclaimer da praxe que já cá faltava, não tenho nada contra o blog ou a autora, passei por lá quando a R. (se isto fosse a Rua Sésamo, este post era patrocinado pela letra R) me disse que adorava aquilo e que comia (ia escrever mamava, mas depois achei de mau tom) às colheres com maionese, mas não me puxou. Acho que fui lá parar pós boom da popularidade e era imenso product placement, que eu não teria nada contra se fossem produtos que eu gostasse, mas vernizes e Garnier Nutrisse... naaaaah.
Mas nada contra, segui em frente, acho que um blog para me enervar profundamente tem que ser algo mais visceral, se calhar tenho que gostar imenso dele primeiro para depois o detestar. Há ali várias coisas que me fazem um pedaço de espécie, a fotinha casual com o áutefite du jour, mas eu idolatro a mais icónica das fashionistas da ficção, a minha querida Carrie Bradshaw bate-as um pedaço aos pontos, em parte porque não existe, noutra porque pobrete mas alegrete, ela come saltines com geleia de uva e lê a Vogue, tem os cartões de crédito estourados mas sapatos lindos.
E depois há as férias num sítio exótico com as belas das fotos que me causam imensa confusão, quando lia no outro dia um texto da Miss Murder, ela escrevia que as pessoas não são aquilo que escrevem nos blogues, sim claro que não somos o que escrevemos 24/7 ou se calhar não escrevemos o que somos 24/7. Querem mesmo saber que eu hoje acordei com a garganta arranhada, cheio de nhanha (o nome clínico claro está), a desesperar por uma taça de café, a engolir o anti-histamínico sem beber água, com o cabelo completamente no ar e a enfiar uma dose dupla de Bobbi Brown Corrector debaixo dos olhos e depois benzer-me com uma pincelada de Deep Throat para tirar o ar de quem morreu há três e ninguém lhe disse nada? Claro que não, isto não interessa a ninguém. E em relação a fotos da vida pessoal, epá, agradeço como se aceitasse, essa relação simbiótica de um exibicionista com voyeurs (ainda que tenho dúvidas se os voyeurs o sejam se estão a ver um exibicionista) é um bocado descompensada, prefiro ler o que passa pela cabeça do autor do que propriamente ver meia dúzia de fotos que só interessam ao dito e à mãezinha.
Curiosamente os posts dela que achei mais giros tinham apenas texto, outros fizeram-me revirar os olhos e pensar que realmente fazer uma makeover a uma gaja bem gira em que basicamente é pintar-lhe o cabelo no mesmo tom mas mais intenso, maquilhá-lha e trocar a roupa em que vá achamos que é a mesma pessoa mas mais arranjadita, onde está o desafio, é que se fosse a Susan Boyle transformada numa gaja boa (aqui uso o termo gaja boa por questões nada sexistas mas sim porque é a única expressão que lhe dá o ênfase devido), eu ainda pensava "Woa", mas nem por isso...
Podia ser pior, podia ser daqueles autores que "gomitam" páginas e páginas de peixeiradas de "sou, faço, aconteço", "eu sou mais eu", "I don't think you're ready for this jelly" (espera, este é de uma música das Destiny's Child, tenho que apagar) ou "eu se fosse mais eu, as minhas frases vinham em t-shirts" mas esses, esses merecem um post só p'ra eles, tenho que ir buscar o mote "Os meus cromos" porque me fiquei no guru do engate e o mundo merece mais e pior.
Ah, e FYI, depois disto tudo ele continua fascinadíssimo com ela e eu? Eu vou ali meter no leitor de DVDs um disco com o "Sex and the City", tenho saudades do meu eu neurótico que usa Manolo Blahniks.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Os Sete Pecados Mortais da Beleza - Gula
Se há um pecado que poderia usar numa t-shirt seria a Gula, está coladinho a mim como o bronzer na Alexandre Lencastre nos dias que correm, por isso compreendo que a Branca de Neve seja a lambona de eleição. Se tivesse ficado com a boquinha fechada nunca teria ficado à espera do senhor encantado.
Estive para trás e para a frente a pensar na resposta à questão:
- Quais os teus produtos de beleza mais deliciosos?
A minha primeira opção foi algo para os lábios como os Juicy Tubes da Lancôme, acho que nunca dissertei sobre a minha obsessão com glosses mas depois fiquei com aquela sensação de "mas sabe-me a pouco" e lembrei-me da colecção de aromas da Laura Mercier.
Embora o meu perfume de eleição seja Dior (mantenho-o envolto em semi-mistério para depois o ordenhar num post futuro), lembro-me que uma grande amiga minha, a T. (que de momento está por terras do Big Ben) cheirava sempre a baunilha e o perfume tinha tudo a ver com ela, fazia parte da sua mística e da sensualidade que a caracteriza. Para mim era demasiado intenso e nunca me imaginaria a usá-lo, mas invariavelmente paguei pela língua (que também me caracteriza) e anos mais tarde apaixonei-me por tudo o que são aromas abaunilhados, talvez porque as garrafas de extracto de baunilha cá por casa desaparecem à velocidade da luz, ao ponto de ponderar encomendar vagens de baunilha por atacado e fazer o meu próprio extracto.
Sim, adoro bolos com várias camadas e coisas complexas, mas uma das minhas sobremesas preferidas é crème brulée, todos os pormenores são deliciosos, especialmente a capa de açúcar queimado, a Eau Gourmande da Laura Mercier em Crème Brulée transporta todos os elementos deste clássico dos doces franceses para a pele.
Como bónus, nesta colecção há também uma fragrância de pistachio e tarte de limão que são o meu fruto seco preferido e a minha tarte de eleição.
É de lamentar que esta marca ainda não tenha chegado a terras lusas, a filosofia de Laura de uma pele perfeita para a tela da maquilhagem e um dos melhores hidratantes com cor desde sempre, mas isso fica para outro post. E já agora, para a semana há a Preguiça, que também me assola constantemente.
Estive para trás e para a frente a pensar na resposta à questão:
- Quais os teus produtos de beleza mais deliciosos?
A minha primeira opção foi algo para os lábios como os Juicy Tubes da Lancôme, acho que nunca dissertei sobre a minha obsessão com glosses mas depois fiquei com aquela sensação de "mas sabe-me a pouco" e lembrei-me da colecção de aromas da Laura Mercier.
Embora o meu perfume de eleição seja Dior (mantenho-o envolto em semi-mistério para depois o ordenhar num post futuro), lembro-me que uma grande amiga minha, a T. (que de momento está por terras do Big Ben) cheirava sempre a baunilha e o perfume tinha tudo a ver com ela, fazia parte da sua mística e da sensualidade que a caracteriza. Para mim era demasiado intenso e nunca me imaginaria a usá-lo, mas invariavelmente paguei pela língua (que também me caracteriza) e anos mais tarde apaixonei-me por tudo o que são aromas abaunilhados, talvez porque as garrafas de extracto de baunilha cá por casa desaparecem à velocidade da luz, ao ponto de ponderar encomendar vagens de baunilha por atacado e fazer o meu próprio extracto.
Sim, adoro bolos com várias camadas e coisas complexas, mas uma das minhas sobremesas preferidas é crème brulée, todos os pormenores são deliciosos, especialmente a capa de açúcar queimado, a Eau Gourmande da Laura Mercier em Crème Brulée transporta todos os elementos deste clássico dos doces franceses para a pele.
Como bónus, nesta colecção há também uma fragrância de pistachio e tarte de limão que são o meu fruto seco preferido e a minha tarte de eleição.
É de lamentar que esta marca ainda não tenha chegado a terras lusas, a filosofia de Laura de uma pele perfeita para a tela da maquilhagem e um dos melhores hidratantes com cor desde sempre, mas isso fica para outro post. E já agora, para a semana há a Preguiça, que também me assola constantemente.
terça-feira, 27 de março de 2012
Quando nem tudo é o que parece
No Sábado, depois da cantoria e tralalá, uma má língua perguntou-me "Mas tu só falas de comida?" e eu disse "Não, não... vou falando do que me apetece.", e portanto hoje são tachos às terças e vamos falar de comida.
Ainda que tenha levado no pacote para as minhas criações boleiras iniciais (hmm, aquele início de frase soa mal, depois mudo) agora se há coisa que me faz ranger os dentes é ficar entusiasmado com um título de uma receita e catrapum, "use um mix de pacote de", geralmente eu fecho aquela tab do meu browser, suspiro, vou beber mais um café com leite e lanço-me à procura de outra coisa qualquer.
Mas há coisas que nos ficam atravessadas e com o aniversário de papai a chegar a passos largos eu queria algo verdadeiramente festivo que não fosse um bolo, não por qualquer tipo de inaptidão boleira mas porque quero fazê-los à la Signorina Tosi e preciso de formas que não tenho e folhas de acetato, sim... leram bem, folhas de acetato.
Eu babo-me sempre que vejo fotos de trifles, não só acho aquilo deliciosamente decadente (ele é bolo, ele é creme, ele é mais creme, ele é espetado no frigorífico, ele é come numa tacinha para parecer bem) e imagino a fusão do bolo e do creme e tudo e tudo e tudo na minha boca (não, não vamos passar para uma dissertação sensorial quasi-erótica porque não tenho jeitinho nenhum, é mesmo gula) e eis que me deparo com uma trifle feita com brownies.
Os brownies estão no meu repertório desde que comprei o "How to Become a Domestic Goddess" da Nigella Lawson e usei fielmente aquela receita até me deparar com a que uso hoje (repararam aqui na forma subtil em que eu mencionei a primeira, mas não menciono a actua? Pois, foi de propósito) que faz as delícios de chocólatras por todo o mundo e não tem nozes nem nada de relativamente saudável... hmm, espera tem chocolate e o chocolate é rico em antioxidantes, sim eu acho que sim esta coisa dos antioxidantes convence.
Ora estava eu naquele que estava a ser um enorme processo de activação das glândulas salivares, são glãndulas verdade? É que não me apetece ir à wikipédia, quando cliquei no site para ver a receita e começar a tirar apontamentos fiquei estupefacto com a quantidade de pacotes que levava aquela receita, um pacote de mix de brownies, um pacote de pudim de chocolate, um pacote de caramelo líquido...
Fiquei destroçado, na foto era tudo tão bonito e cremoso, cheguei a ouvir coros angelicais e... era tudo de pacote.
Acho que foi a primeira vez que me senti tão frustrado, tão frustrado que pensei, se a pessoa que montou (passo expressão) a trifle fez tudo de pacote, então o que é que me impede de usar as receitas individuais nas minhas versões e montá-la à minha maneira (hmm, preciso de um dicionário de sinónimos) com tudo feito de raiz?
Nada, a dos brownies já cá canta, o pudim também fui alegremente buscá-lo a uma fonte segura e também tenho uma deliciosa versão de caramelo com fleur de sel para encharcar os meus brownies e tornar isto (ainda) mais pecaminoso. Só me está chatear aqui o creme chantilly que não estou a morrer de amores e acho que vou fazer um creme com marshmallows, manteiga de amendoim e amendoins picados em substituição para usar, criando assim uma trifle que conjuga três amores, brownies, manteiga de amendoim e caramelo (olá Snickers!) e servi-lo nos cumpleaños de papai.
Mas como não quero que vos falte nada deixo aqui a foto da praxe e o link para a receita (e aqui uso o termo com alguma liberdade, porque o que me apetecia era escrever "o pacote") para quem sabe inspirar alguns de vocês.
Ainda que tenha levado no pacote para as minhas criações boleiras iniciais (hmm, aquele início de frase soa mal, depois mudo) agora se há coisa que me faz ranger os dentes é ficar entusiasmado com um título de uma receita e catrapum, "use um mix de pacote de", geralmente eu fecho aquela tab do meu browser, suspiro, vou beber mais um café com leite e lanço-me à procura de outra coisa qualquer.
Mas há coisas que nos ficam atravessadas e com o aniversário de papai a chegar a passos largos eu queria algo verdadeiramente festivo que não fosse um bolo, não por qualquer tipo de inaptidão boleira mas porque quero fazê-los à la Signorina Tosi e preciso de formas que não tenho e folhas de acetato, sim... leram bem, folhas de acetato.
Eu babo-me sempre que vejo fotos de trifles, não só acho aquilo deliciosamente decadente (ele é bolo, ele é creme, ele é mais creme, ele é espetado no frigorífico, ele é come numa tacinha para parecer bem) e imagino a fusão do bolo e do creme e tudo e tudo e tudo na minha boca (não, não vamos passar para uma dissertação sensorial quasi-erótica porque não tenho jeitinho nenhum, é mesmo gula) e eis que me deparo com uma trifle feita com brownies.
Os brownies estão no meu repertório desde que comprei o "How to Become a Domestic Goddess" da Nigella Lawson e usei fielmente aquela receita até me deparar com a que uso hoje (repararam aqui na forma subtil em que eu mencionei a primeira, mas não menciono a actua? Pois, foi de propósito) que faz as delícios de chocólatras por todo o mundo e não tem nozes nem nada de relativamente saudável... hmm, espera tem chocolate e o chocolate é rico em antioxidantes, sim eu acho que sim esta coisa dos antioxidantes convence.
Ora estava eu naquele que estava a ser um enorme processo de activação das glândulas salivares, são glãndulas verdade? É que não me apetece ir à wikipédia, quando cliquei no site para ver a receita e começar a tirar apontamentos fiquei estupefacto com a quantidade de pacotes que levava aquela receita, um pacote de mix de brownies, um pacote de pudim de chocolate, um pacote de caramelo líquido...
Fiquei destroçado, na foto era tudo tão bonito e cremoso, cheguei a ouvir coros angelicais e... era tudo de pacote.
Acho que foi a primeira vez que me senti tão frustrado, tão frustrado que pensei, se a pessoa que montou (passo expressão) a trifle fez tudo de pacote, então o que é que me impede de usar as receitas individuais nas minhas versões e montá-la à minha maneira (hmm, preciso de um dicionário de sinónimos) com tudo feito de raiz?
Nada, a dos brownies já cá canta, o pudim também fui alegremente buscá-lo a uma fonte segura e também tenho uma deliciosa versão de caramelo com fleur de sel para encharcar os meus brownies e tornar isto (ainda) mais pecaminoso. Só me está chatear aqui o creme chantilly que não estou a morrer de amores e acho que vou fazer um creme com marshmallows, manteiga de amendoim e amendoins picados em substituição para usar, criando assim uma trifle que conjuga três amores, brownies, manteiga de amendoim e caramelo (olá Snickers!) e servi-lo nos cumpleaños de papai.
Mas como não quero que vos falte nada deixo aqui a foto da praxe e o link para a receita (e aqui uso o termo com alguma liberdade, porque o que me apetecia era escrever "o pacote") para quem sabe inspirar alguns de vocês.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Os Sete Pecados Mortais da Beleza - Ira
Esta semana fomos inspirados pela Ira, não deixa de ser irónico pois tem sido uma semana em que controlar o meu humor tem sido complicado.
Jasmine, interpretada pelo artista digital chill07, foi provavelmente escolhida porque de todas as princesas talvez ela passe o tempo todo a explodir seja com o pai, Jaffar ou Aladdin e a pergunta é:
- Que produtos de beleza é que tens uma relação de amor/ódio?
O primeiro tem que ser o Touche Éclat da Yves Saint-Laurent, talvez um dos produtos cheio de hype com anos e anos de existência e um culto de fãs tão grande que uma das frases publicitárias é "A cada dez segundos, uma mulher encontra a luz.".
Inicialmente, o Touche Éclat era um corrector de olheiras, no entanto com o passar do tempo, os tons foram alterados e passou a ser um iluminador. O meu problema com a caneta dourada é uma questão de textura, não é nada hidratante e a pigmentação é muita ligeira, por isso para alguém que parece que não dorme há um ano como eu, não é um produto que possa ser usado sozinho. Dito isto, eu adoro a marca, adoro o design da caneta e a funcionalidade, canetas com clique e pincel há trocentas mas estas funcionam sempre. É um daqueles produtos que eu compro, uso, depois irrito-me mas invariavelmente anda sempre na minha mala algures.
Em segundo lugar está o bronzer, quando somos pálidos, usar um bronzer é uma incógnita, os tons são demasiado escuros, demasiado cor de laranja e numa pele clara, menos é sem dúvida mais. Eu gosto de ser pálido (não é de admirar que eu estive dez anos longe da praia) mas há alturas em que devemos sair da nossa zona de conforto e usar um produto que não seja o nosso habitual. Depois de uma procura longa eu decidi testar o hype do bronzer da NARS em Laguna que me surpreendeu pela positiva, ainda que eu não o use todos os dias.
- Que produto de beleza é que foi mais difícil de obter?
Em 2011, a MAC lançou uma colecção inspirada na super-heroína mais incrível de todos os tempos, a Wonder Woman. Embora a colecção tenha chegado a terras lusas, o espelho era um exclusivo online e eu andei a bater à porta das capelinhas todas e acabei por receber o espelho como presente de aniversário, não é propriamente prático mas tem um significado especial e é um dos meus tesouros.
Para a semana temos um dos meus pecados preferidos, a Gula.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Jerseylicious, a vida com óculos cor-de-laranja
Já não me lembro quando é que vi Jersey Shore pela primeira vez, mas lembro-me perfeitamente que foi quando um amigo meu me disse "(...)é como ver um acidente de comboio, é horrível, é trágico, mas ficamos mesmerizado e não conseguimos parar de ver." e eu não consegui resistir, arranjei a primeira série rapidamente e volta e meia vou revisitá-los, tipo junk food que sabemos que não devemos, que só nos faz mal, que o conteúdo nutricional é pavoroso mas naquele momento sabe tão bem.
Embora eu seja um arauto de maus programas de televisão, este eu vou ter que dar a mau à palmatória e fazer a devida vénia à Ana que me disse "Tens que ver, tens que ver." e eu porque sou bem comportadinho fui ver.
Jerseylicious é uma espécie de "Tabitha's Salon Makeover" meets "Jersey Shore", todas elas são absolutamente maravilhosas, é verdade que uma série destas alimenta os estereótipos de guidettes e afins não é propriamente positivo mas mais verdade ainda é que estes docu-dramas pouco ou nada têm de muito verdadeiro, é tudo incrivelmente rebuscado mas cujo o único objectivo é entreter-nos.
Poderíamos ponderar por um segundo que ver este tipo de programas é um insulto à inteligência do espectador ou podíamos fazer um chocolate quente, desligar os telefones, vestirmos roupa confortável e fazer dela o nosso prazer secreto que nem partilhamos com os nossos melhores amigos e cá estou eu de pijama e roupão a ouvir "Do ya know what I mean?" com o som super anasalado.
Todas elas são absolutamente cor-de-laranja com quilos e quilos de MAC bronzer e Mineralize Skinfinish em doses tóxicas, provavelmente vão morrer intoxicadas em sílica, talco e dióxido de titânio.
As minhas preferidas são a Olivia que parece a irmã mais nova da Snooki, a Tracy que é a sua arqui-inimiga (também ela uma parente da Snooki mas loira, com hooker boots azuis pelo joelho) e todo o drama que as rodeia entretém-nos horas a fio.
Não há o nível elaborado de badalhoquice de Jersey Shore, mas há drama para dar e vender, tipo esquilos, elas armazenam drama para que nunca falte.
Vejam um ou dois episódios e não se preocupem, eu não conto a ninguém.
Embora eu seja um arauto de maus programas de televisão, este eu vou ter que dar a mau à palmatória e fazer a devida vénia à Ana que me disse "Tens que ver, tens que ver." e eu porque sou bem comportadinho fui ver.
Jerseylicious é uma espécie de "Tabitha's Salon Makeover" meets "Jersey Shore", todas elas são absolutamente maravilhosas, é verdade que uma série destas alimenta os estereótipos de guidettes e afins não é propriamente positivo mas mais verdade ainda é que estes docu-dramas pouco ou nada têm de muito verdadeiro, é tudo incrivelmente rebuscado mas cujo o único objectivo é entreter-nos.
Poderíamos ponderar por um segundo que ver este tipo de programas é um insulto à inteligência do espectador ou podíamos fazer um chocolate quente, desligar os telefones, vestirmos roupa confortável e fazer dela o nosso prazer secreto que nem partilhamos com os nossos melhores amigos e cá estou eu de pijama e roupão a ouvir "Do ya know what I mean?" com o som super anasalado.
Todas elas são absolutamente cor-de-laranja com quilos e quilos de MAC bronzer e Mineralize Skinfinish em doses tóxicas, provavelmente vão morrer intoxicadas em sílica, talco e dióxido de titânio.
As minhas preferidas são a Olivia que parece a irmã mais nova da Snooki, a Tracy que é a sua arqui-inimiga (também ela uma parente da Snooki mas loira, com hooker boots azuis pelo joelho) e todo o drama que as rodeia entretém-nos horas a fio.
Não há o nível elaborado de badalhoquice de Jersey Shore, mas há drama para dar e vender, tipo esquilos, elas armazenam drama para que nunca falte.
Vejam um ou dois episódios e não se preocupem, eu não conto a ninguém.
terça-feira, 20 de março de 2012
Se quiseres alguma coisa, compra feito!
Adoro um bom livriche de cozinha de uma celebridade e quanto menos estiver ligada aos tachos melhor, a Gwyneth lançou dois (mas eu só lhe roubei os hamburgers de feijão preto) e portanto está em lista de espera e continuo cheio de curiosidade com o livro da mana da Sandra Bullock (que aparentemente é mais bolos) mas desta feita veio parar-me às mãos o livro da tia Oprah (a sério, a Oprah cozinha? Naaah, compra feito) que é uma colecção de receitas da "O" magazine (esta mulher é tão egocêntrica que só podia ser Aquário como eu) que não só são uma série de criações (ou vira-o-disco porque bolonhesa e carbonara não são propriamente criações culinárias dos chefs da Oprah) que sairam na revista e que estão agora compilados em livro.
É um livro bem editado, com fotografias lindíssimas comme il faut mas não mudou a minha vida como o "How to Become a Domestic Goddess" da Nigella Lawson (que está ainda vergonhosamente por editar em português) ou o "Feast" da mesma autora ao qual recorro quando quero receber alguém com comida saborosa que nunca falha e portanto se me tivesse passado ao lado nunca daria por falta dele. Acho que o meu problema com este livro é a falta de ponto de vista do autor. São tantos chefs, tantas colaborações que não passa de uma compilação, por muitos artigos sobre visitas e afins que o livro tenha não deixa de ter sempre uma aura forçada ao seu redor e as receitas não são nada memoráveis.
Além de personalidade falta-lhes ainda um fio condutor, uma temática que nos faça ir buscar o livro e honestamente, tirando o facto de estar em inglês, algumas das receitas são profundamente banais e parecem saídas de uma teleculinária qualquer.
Não é um livro que eu aconselhe a comprar a não ser que sejam fãs da Oprah (eu não percebo, mas eles andem aí) ou queiram um livro de cozinha bonitinho e bom fotografado mas que não tem nada de inovador ou transcendente.
Tirei quatro que quero experimentar e partilho duas convosco (ando um mãos largas é o que é) que têm como foco a minha fruta preferida: a manga que amo profundamente e são ambos vegetarianos (quer dizer, duh se é algo que eu vou fazer) que é mais uma prova que os vegetarianos comem algo mais do que saladuxas, embora uma das receitas seja um cocktail e por isso não conta propriamente.
Couscous de Manga
Chef Marcus Samuelsson
Ingredientes
Preparar o couscous de acordo com as instruções da embalagem. Separá-lo com um garfo e reservar.
Aquecer uma colher de sopa de azeite numa panela larga (um wok também serviria concerteza ) em lume forte. Adicionar o alho, a manga e o jalapeño, saltear até que a manga comece a ganhar cor, cerca de um minuto.
Misturar o restante azeite, couscous, passas, tomate, sumo de lima, coentros e salta e mexer de forma a uniformizar a temperatura pelos ingredientes. Servir quente ou à temperatura ambiente.
Cockail de Manga
Chef Colin Cowie
Ingredientes
Num jarro grande, combinar os ingredientes e refrigerar até ficar bem fresco. Servir em copos de cocktail adornados de fatias finas de manga.
Esperemos que a minha próxima incursão na tacharia dê mais frutos, mas duas receitas sem comprar o livro já não é nada mau.
É um livro bem editado, com fotografias lindíssimas comme il faut mas não mudou a minha vida como o "How to Become a Domestic Goddess" da Nigella Lawson (que está ainda vergonhosamente por editar em português) ou o "Feast" da mesma autora ao qual recorro quando quero receber alguém com comida saborosa que nunca falha e portanto se me tivesse passado ao lado nunca daria por falta dele. Acho que o meu problema com este livro é a falta de ponto de vista do autor. São tantos chefs, tantas colaborações que não passa de uma compilação, por muitos artigos sobre visitas e afins que o livro tenha não deixa de ter sempre uma aura forçada ao seu redor e as receitas não são nada memoráveis.
Além de personalidade falta-lhes ainda um fio condutor, uma temática que nos faça ir buscar o livro e honestamente, tirando o facto de estar em inglês, algumas das receitas são profundamente banais e parecem saídas de uma teleculinária qualquer.
Não é um livro que eu aconselhe a comprar a não ser que sejam fãs da Oprah (eu não percebo, mas eles andem aí) ou queiram um livro de cozinha bonitinho e bom fotografado mas que não tem nada de inovador ou transcendente.
Tirei quatro que quero experimentar e partilho duas convosco (ando um mãos largas é o que é) que têm como foco a minha fruta preferida: a manga que amo profundamente e são ambos vegetarianos (quer dizer, duh se é algo que eu vou fazer) que é mais uma prova que os vegetarianos comem algo mais do que saladuxas, embora uma das receitas seja um cocktail e por isso não conta propriamente.
Couscous de Manga
Chef Marcus Samuelsson
Ingredientes
- 1 chávena de couscous
- 2 c. sopa azeite
- 1 dente alho picado
- 1 manga , descascada, sem caroço e em pequenos cubos, cerca de 1 chávena
- 1 pimento jalapeño, sem fibras ou sementes picado
- 1/2 chávena passas sultanas
- 1 tomate maduro, em pedaços
- Sumo de 1 lima (cerca de 2 c. de sopa)
- 1/4 chávena coentros, picados
- 1/4 chávena salsa, picada
- 1/2 c. chá sal, ou mais a gosto
Preparação
Preparar o couscous de acordo com as instruções da embalagem. Separá-lo com um garfo e reservar.
Aquecer uma colher de sopa de azeite numa panela larga (um wok também serviria concerteza ) em lume forte. Adicionar o alho, a manga e o jalapeño, saltear até que a manga comece a ganhar cor, cerca de um minuto.
Misturar o restante azeite, couscous, passas, tomate, sumo de lima, coentros e salta e mexer de forma a uniformizar a temperatura pelos ingredientes. Servir quente ou à temperatura ambiente.
Cockail de Manga
Chef Colin Cowie
Ingredientes
- 3/4 chávena vodka (o Chef sugere Grey Goose)
- 1/3 chávena Cointreau
- 2 chávenas polpa manga
- 1/4 chávena sumo lima
- Fatias de manga para decorar
Num jarro grande, combinar os ingredientes e refrigerar até ficar bem fresco. Servir em copos de cocktail adornados de fatias finas de manga.
segunda-feira, 19 de março de 2012
A Partilha aka How Much Online is Too Much Online
.
Eu adoro o conceito de publicações online, desde 2001 (altura em que entrei no mundo do Livejournal) que o facto de podermos escrever para o mundo me fascina profundamente. Na altura fazia-o praticamente em inglês e os Sabores do Vento nascem como um pedido da minha irmã para escrever na minha língua natal, eu na altura retorqui que (eu) tinha mais piada em inglês mas ela não aceitou e lanço-me nos Sabores que depois de alguma habituação afinal (gaba-te cesto) não são assim tão maus.
O Livejournal era um universo intimista onde desabafávamos as nossas agruras e alegrias num universo restrito de pessoas que tinham um acesso exclusivo aos nossos posts e, embora nem sempre isso resulte, eram poucos aqueles que conseguiam ter acesso a coisas de carácter mais pessoal onde nos sentíamos seguros a desabafar. A explosão de popularidade do FB foi minando o LJ e acabámos por migrar também para a nova rede social que se mantém como a mais comum e popular, o Facebook, por ser uma plataforma com bastantes mais utilizadores, acabei por encontrei e manter-me a par de uma série de pessoas cujo contacto era mais espaçado, mas o Facebok, também por ser uma plataforma mais popular, está cheio de pessoas que são mais conhecimentos de circunstância como colegas de trabalho que podem até ver uma foto ou um vídeo de uma música mas que não não queremos que saibam tudo o que vai cá dentro.
Ao abrir os Sabores, decidi imediatamente que muito iria transparecer da minha vida pessoal, em parte porque não é assim muito fascinante, por outro lado porque não queria que fosse um blog privado e porque também achei que não seria elegante abordar determinadas temáticas, não acho ético colocar questões ligadas a trabalho e também não sou apologista de recadinhos a terceiros, quer sejam amigos ou não porque não acho que as teclas surtam muito resultado em lavar roupa suja, prefiro ao vivo e a cores quando assim a minha disponibilidade permite ou num âmbito mais reservado como o email. Se já tive alturas em que me apeteceu gritar "ó inclemência, ó martírio"? Sim, várias todos nós temos um ou outro momento desses mas espelhá-los nos sabores teria como objectivo único e exclusivo fazer-me parecer despeitado e a choramingar por pela compreensão de anónimos online, gosto que leiam o que eu escrevo (senão tinha um diário e não um blog), gosto que se riam, gosto que salivem com coisas de tachos, mas não quero que tenham pena de mim ou que digam que sou absolutamente extraordinário, para já porque sim, é um facto mas caso não fosse, eu até podia ser um cão que sabe escrever e teclar e não este que vos escreve (ia escrever "aqui o menino", mas lá se iria um gatinho) portanto é irrelevante.
Muita confusão me faz também ler pessoas que nos contam tudo, se estão com prisão de ventre, se estão no duche, se estão a lavar a roupa, se estão a fritar um ovo ou se estão a ter sexo (que parar sexo ou esperar para começar porque se vai pôr um status no Face, é assim algo de estrambólico, é que nessas alturas o meu status online é de facto a minha maior prioridade) e eu ponho-me a pensar "Epá... a sério... eu não precisava de saber que vais evacuar, é que não está sequer no meu top 100 de coisas inúteis que me podem contar." e aqui vamos dizer o quê "Ena, hmm, eu bem te disse que aqueles iogurtes faziam efeito!" ou "E já experimentaste os toalhetes húmidos da Renova?" (Por acaso já e gosto muito) fico sempre com aquele tique de começar freneticamente a fazer scroll down já por causa das tosses.
sexta-feira, 16 de março de 2012
As Origens do meu Bolo de Chocolate
Eu lembro-me da minha mãe fazer bolo de chocolate, eu sentava-me na cozinha a ver e o meu irmão ajudava (não me perguntem com o quê, sei que ele amassava as filhozes de abóbora no Natal, mas nos bolos não me lembro), a nossa batedeira era Moulinex, branca e laranja (how Blogger, agora que penso nisso) embora o branco já estivesse amarelado ela durou imensos anos até bater massa pela última vez.
Mas em termos de bolos, esse é o único que eu me lembro dela fazer, de querer comer a massa crua que o meu irmão também queria e ficávamos cada um com uma vara, eu como era preguiçoso nunca usava a espátula para aproveitar o que estava na tigela e ele ficava a ganhar. Não me lembro de quando ou como é que ela deixou de fazer bolos mas lembro-me do meu primeiro bolo. A Dr. Oetker tinha lançado uma mistura pré-feita de bolos, sim S. eu já usei isso mas em minha defesa nem sequer era adolescente e já foi há 25 anos atrás. Obviamente era um bolo de chocolate com pepitas de chocolate e cobertura de chocolate (qualquer semelhança com um tema é mera coincidência) e eu sentia-me super orgulhoso. Semanas a fio, eu comprei aquelas caixas e fazia sempre o bolo.
A dada altura, quando eu já era um ás a estrelar ovos (sempre fui fã de uova puttanesca, que eu sei que não existe mas achei piada) decidi fazer um bolo do nada e (coincidência) optei por... esperem... esperem... esperem... bolo de chocolate, era o Bolo de Chocolate da Beira Alta de um livro da Maria Odette Cortes Valente que a minha comprou e nunca tinha aberto e fi-lo vezes sem conta, acho que o facto de ter que envolver claras em castelo na massa era para mim algo muito à frente.
Chocolate é daquelas coisas que eu acho que poderia, se investigado, ser aquilo que despoleta a paz no mundo, toda a gente deveria ter uma receita de chocolate como uma oferta diplomática, chocolate dá com tudo, actualmente os meus brownies são o meu WOW moment em termos de chocolate, isso e o bolo do sexo (um dia destes disserto sobre o assunto mas envolve a Ana do Ana e a Vida e queria escrevê-lo a quatro mãos) mas esse é só usado em casamentos (isso também era uma história para contar noutra altura) ou em jantares especiais com amigos.
Ainda hoje me lembro daquela receita decor e salteado e deixei aquelas claras em castelo para me aventurar em bolos como os da Christina Tosi que é agora uma das minhas musas inspiradoras e estou a fazer uma lista que alegremente inclui folhas de acetato para construir bolos incríveis que sabem a tarte de maçã recheados com cheesecake líquido ou então chocolate e marshmallows, e ainda que eu não dê todas as receitas, partilho a minha primeira de bolo de chocolate que é incrivelmente fácil e faz qualquer novato sentir-se realizado ou uma criança sentir-se um crescido.
Bolo de Chocolate da Beira Alta
Ingredientes
125g de chocolate em pó
125g de margarina
125g de farinha
125g de açúcar
5 ovos
1 colher de chá de fermento em pó
Preparação
Bater a margarina, o chocolate, os ovos, o açúcar e as gemas, envolver as claras em castelo alternadas com a farinha e levar a um forno pré-aquecido a 180º até estar cozido.
Bom fim de semana, o meu não deve envolver bolo de chocolate, mas cheira-me que vai envolver panquecas outra vez.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Os Sete Pecados Mortais da Beleza - Ganância
Durante as próximas semanas vou explorar alguns produtos do estuque dentro da temática do estuque, é uma abordagem light que não pretende ser pretensiosa mas um bocado na onda do "diz-me o que usas, dir-te-ei quem és" (quer dizer, nem por isso mas tem piada) e espero que se divirtam acima de tudo. A ilustrar estão as princesas Disney interpretadas pelo artista digital chill07.
A Ariel está a simbolizar a Ganância por ser uma hoarder e coleccionar tudo e mais um par de botas, dentro da temática a questão colocada é:
- Qual o artigo de beleza mais barato que possuis?
Aqui estou dividido entre dois produtos, há alguns anos numa fase particularmente rebelde da minha pele (olá oleosa, olá reactiva, olá sensível) a minha querida I., a Traça, disse-me "Já experimentaste sabonete de enxofre?" e eu que usava produtos de limpeza de marcas variadas torci um bocado o nariz mas como não gastar dinheiro num produto de limpeza automaticamente dá-me direito para comprar outra coisa qualquer mais fascinante e experimentei, na altura custou-me a módica quantia de €1,50 e mantém-se como o artigo que eu tenho sempre. Quem tiver pele acneica e oleosa pode beneficar das propriedades adstringentes e purificantes do sabonete de enxofre. Podem encontrá-los em qualquer loja de produtos naturais.
Em segundo lugar, está o baton hidratante da Caudalie - Soin des Lèvres. Quando, há alguns anos atrás, tive que tomar isotretinoína experienciei uma série de efeitos secundários maravilhosos, entre eles fotossensibilidade e uma constante desidratação dos lábios que me fizeram experimentar todos os batons das farmácias e mais alguns. Ainda que existam mais baratos no mercado, este tem a particularidade de não deixar um resíduo branco, hidrata e protege os meus lábios e enfrentei o frio deste Inverno (inclusivé um dia de neve) com um sorriso nos lábios. Além de hidratar, deixa um brilho natural (sem qualquer tipo de efeito nacarado ou de purpurina) muito agradável com um aroma ligeiro a baunilha.
- Qual o artigo de beleza mais caro que possuis?
Na minha onda consumista já comprei tanta coisa cara, muitas delas que deixaram muito a desejar em termos de performance, aqui optei não só por colocar o produto mais caro que está presentemente na mala do estuque mas cuja performance não falha. Não há um único produto da SK-II que eu não tenha gostado, mas dentro da gama disponível, a Signs Perfect Radiance Liquid Foundation é uma excelente base que a minha pele não se torce toda e tem erupções vulcânicas por todo o lado. O acabamento é luminoso sem ter um gorduroso sempre com um aspecto de pele e não de cera e de cobertura média que pode ser intensificada em zonas que precisem mais. Além disso, à boa marca japonesa, o ênfase dos tons é mais direccionado para as peles mais pálidas e a título de curiosidade, eu sou #310 (Crystal Ocher) e ainda que (já) não a use diariamente, é um luxo que não prescindo e seguindo a filosofia da tia Laura Mercier, o segredo de uma boa aparência é uma tez resplandescente. A embalagem traz apenas 25 ml, mas bem trabalhado com um pincel, uma quantidade minúscula dá para aplicar em todo o rosto fazendo-o durar cerca de seis meses com uma aplicação diária.
Na semana que vem vamos explorar a Ira na beleza e amanhã vou tentar não escrever sobre gatinhos ou algo semelhante para espantar a futilidade.
A Ariel está a simbolizar a Ganância por ser uma hoarder e coleccionar tudo e mais um par de botas, dentro da temática a questão colocada é:
- Qual o artigo de beleza mais barato que possuis?
Aqui estou dividido entre dois produtos, há alguns anos numa fase particularmente rebelde da minha pele (olá oleosa, olá reactiva, olá sensível) a minha querida I., a Traça, disse-me "Já experimentaste sabonete de enxofre?" e eu que usava produtos de limpeza de marcas variadas torci um bocado o nariz mas como não gastar dinheiro num produto de limpeza automaticamente dá-me direito para comprar outra coisa qualquer mais fascinante e experimentei, na altura custou-me a módica quantia de €1,50 e mantém-se como o artigo que eu tenho sempre. Quem tiver pele acneica e oleosa pode beneficar das propriedades adstringentes e purificantes do sabonete de enxofre. Podem encontrá-los em qualquer loja de produtos naturais.
Em segundo lugar, está o baton hidratante da Caudalie - Soin des Lèvres. Quando, há alguns anos atrás, tive que tomar isotretinoína experienciei uma série de efeitos secundários maravilhosos, entre eles fotossensibilidade e uma constante desidratação dos lábios que me fizeram experimentar todos os batons das farmácias e mais alguns. Ainda que existam mais baratos no mercado, este tem a particularidade de não deixar um resíduo branco, hidrata e protege os meus lábios e enfrentei o frio deste Inverno (inclusivé um dia de neve) com um sorriso nos lábios. Além de hidratar, deixa um brilho natural (sem qualquer tipo de efeito nacarado ou de purpurina) muito agradável com um aroma ligeiro a baunilha.
- Qual o artigo de beleza mais caro que possuis?
Na minha onda consumista já comprei tanta coisa cara, muitas delas que deixaram muito a desejar em termos de performance, aqui optei não só por colocar o produto mais caro que está presentemente na mala do estuque mas cuja performance não falha. Não há um único produto da SK-II que eu não tenha gostado, mas dentro da gama disponível, a Signs Perfect Radiance Liquid Foundation é uma excelente base que a minha pele não se torce toda e tem erupções vulcânicas por todo o lado. O acabamento é luminoso sem ter um gorduroso sempre com um aspecto de pele e não de cera e de cobertura média que pode ser intensificada em zonas que precisem mais. Além disso, à boa marca japonesa, o ênfase dos tons é mais direccionado para as peles mais pálidas e a título de curiosidade, eu sou #310 (Crystal Ocher) e ainda que (já) não a use diariamente, é um luxo que não prescindo e seguindo a filosofia da tia Laura Mercier, o segredo de uma boa aparência é uma tez resplandescente. A embalagem traz apenas 25 ml, mas bem trabalhado com um pincel, uma quantidade minúscula dá para aplicar em todo o rosto fazendo-o durar cerca de seis meses com uma aplicação diária.
Na semana que vem vamos explorar a Ira na beleza e amanhã vou tentar não escrever sobre gatinhos ou algo semelhante para espantar a futilidade.
quarta-feira, 14 de março de 2012
What Lies Beneath ou Blogs de Tachos
Por vezes, quando não tenho nada para fazer leio um blog (quase) de fio a pavio e um dos meus géneros preferidos é a tacharia, ou porque procuro inspiração ou porque o ponto de vista do(a) autor(a) me diverte. Uma das razões pelas quais eu não compro livros da Nigella traduzidos (além de das traduções serem duvidosas e quem traduz inventa ingredientes quando não os sabe) é manter a voz dela sempre presente na minha mente, ela seduz-me vezes sem conta (especialmente quando diz luscious, intense and delectable chocolate) e eu (como é suposto) adquiro os livros dela, assim ela fica (ainda mais) milionária e na minha cabeça eu tenho uma grande amiga que fala de comida como quem fala de sexo.
Não que eu precise de uma grande desculpa para falar da Nigella, mas é um exemplo de alguém que não é uma chef classicamente treinada conseguiu leitores pela personalidade, pelo tongue-in-cheek.
Há trocentos blogs de tachos, uns são mais uma colecção de receitas online (e eu nesses não vou tocar, porque são uma questão de organização e não destinados a um público), mas outros são artigos, partilhas e fotografias (ui, as fotografias) e esses... ai esses até dói.
Não consigo deixar de rir quando, numa era em que beca beca igualdade beca beca, vejo os posts começarem por "Olá amigas/queridas/meninas/ninas" (ninas então é um chuchu) não só transforma (na minha mente elas ficam logo com 12 anos) como me apetece logo ir embora. Sim, porque só as mulheres escrevem sobre cozinha, não há homens profissionais no mundo da culinária, yada yada yada.
Mas pior que isso é a completa e total falta de interesse nos textos, posts, posts e mais posts de massa com carne e carne com massa (a sério, em 10 receitas, 7 são de massa, chegando ao ponto de haver massa com massa), não que eu não coma massa alegremente todos os dias se fosse caso disso, mas num blog... ver foto atrás de foto de tagliatelle mal cozido, por favor. E já agora, se vão fazer um post em que a estrela da refeição é o camarão panado congelado do Pingo Doce (que meter a fritar já é uma tarefa de proporções épicas), façam-nos um grande favor e dêem-lhe um twist, um shot, uma lambidela, qualquer coisa para me fazer ponderar sobre a razão pela qual eu ainda estou a ler o texto (para além de curiosidade mórbida), criem uma situação, descrevam a compra, que andaram à tareia com uma cliente do supermercado, que viram uma velhinha inocente a roubar uvas como se não houvesse amanhã. Agora se o foco não são as receitas (porque estão em toda a parte), as fotos (porque convenhamos que fotografar comida não é tarefa fácil) então façam com que o texto seja a estrela, caso contrário acabam em dissertações destas.
E já agora, quando compram uma máquina nova, tipo a Bimby (até tremo), a Actifry (que segundo o N. já não é a primeira vez que entra em combustão espontânea) ou algo do género, não nos aborreçam com trocentas receitas feitas nessas máquinas. Criem um blog temático tipo "As Aventuras da Arrabécia com a Bimby" ou "Arrabécia Actifrita", ou em alternativa, porque não esmiuçar a receita e dizer "caso não tenham isto em casa, então podem optar por <inserir opção>". E para finalizar, besuntar quatro tipos de carne com vinha de alhos e espetar com eles na máquina não são quatro receitas diferentes, são quatro idas diferentes ao supermercado.
P.S. - E não chamem ao vosso blog "Os Cozinhados da Arrabécia", é tão absolutamente pedestre e desinteressante que morre um gatinho cada vez que uma saloia usa esta fórmula para nomear o blog. Pensem nos gatinhos.
P.P.S. - A desvirtuação da frase anterior com gatinhos tem a sua autoria aqui
Não que eu precise de uma grande desculpa para falar da Nigella, mas é um exemplo de alguém que não é uma chef classicamente treinada conseguiu leitores pela personalidade, pelo tongue-in-cheek.
Há trocentos blogs de tachos, uns são mais uma colecção de receitas online (e eu nesses não vou tocar, porque são uma questão de organização e não destinados a um público), mas outros são artigos, partilhas e fotografias (ui, as fotografias) e esses... ai esses até dói.
Não consigo deixar de rir quando, numa era em que beca beca igualdade beca beca, vejo os posts começarem por "Olá amigas/queridas/meninas/ninas" (ninas então é um chuchu) não só transforma (na minha mente elas ficam logo com 12 anos) como me apetece logo ir embora. Sim, porque só as mulheres escrevem sobre cozinha, não há homens profissionais no mundo da culinária, yada yada yada.
Mas pior que isso é a completa e total falta de interesse nos textos, posts, posts e mais posts de massa com carne e carne com massa (a sério, em 10 receitas, 7 são de massa, chegando ao ponto de haver massa com massa), não que eu não coma massa alegremente todos os dias se fosse caso disso, mas num blog... ver foto atrás de foto de tagliatelle mal cozido, por favor. E já agora, se vão fazer um post em que a estrela da refeição é o camarão panado congelado do Pingo Doce (que meter a fritar já é uma tarefa de proporções épicas), façam-nos um grande favor e dêem-lhe um twist, um shot, uma lambidela, qualquer coisa para me fazer ponderar sobre a razão pela qual eu ainda estou a ler o texto (para além de curiosidade mórbida), criem uma situação, descrevam a compra, que andaram à tareia com uma cliente do supermercado, que viram uma velhinha inocente a roubar uvas como se não houvesse amanhã. Agora se o foco não são as receitas (porque estão em toda a parte), as fotos (porque convenhamos que fotografar comida não é tarefa fácil) então façam com que o texto seja a estrela, caso contrário acabam em dissertações destas.
E já agora, quando compram uma máquina nova, tipo a Bimby (até tremo), a Actifry (que segundo o N. já não é a primeira vez que entra em combustão espontânea) ou algo do género, não nos aborreçam com trocentas receitas feitas nessas máquinas. Criem um blog temático tipo "As Aventuras da Arrabécia com a Bimby" ou "Arrabécia Actifrita", ou em alternativa, porque não esmiuçar a receita e dizer "caso não tenham isto em casa, então podem optar por <inserir opção>". E para finalizar, besuntar quatro tipos de carne com vinha de alhos e espetar com eles na máquina não são quatro receitas diferentes, são quatro idas diferentes ao supermercado.
P.S. - E não chamem ao vosso blog "Os Cozinhados da Arrabécia", é tão absolutamente pedestre e desinteressante que morre um gatinho cada vez que uma saloia usa esta fórmula para nomear o blog. Pensem nos gatinhos.
P.P.S. - A desvirtuação da frase anterior com gatinhos tem a sua autoria aqui
terça-feira, 13 de março de 2012
Pancake Tuesday é Quando um Homem Quiser
Lembram-se deste post? Pois... eu também! No entanto e ainda dentro da temática que é a preguiça eu decidi automatizar as panquecas, que se por um lado não dão trabalho nenhum, não são propriamente uma coisa que se espirra e aparece feito. A minha avó costumava dizer "Guarda que comer, não guardes que fazer!", eu (que nunca liguei muito ao que ela me dizia) decidi fazer um remix do ditado popular e trazer o melhor de dois mundos, por um lado deixo-vos com um preparado para panquecas que depois é só adicionar os líquidos e misturar, por outro não se comem agora mas comem-se mais tarde.
Isto é feito a pensar em dois grandes grupos, o primeiro é o do pessoal com pimpolhos, que se forem como os meus sobrinhos em cachuchos deliram sempre com panquecas ao pequeno almoço no fim de semana e querem ajudar a fazer e portanto é sempre uma emoção muito grande. Por outro lado há aqueles fins de semana mais intensos que é necessário um reforço de hidratos de carbono para fazer frente aos esforço físico (tipo... aspirar, lavar as vidraças... ya) e queremos ser mais despachados e não perder tempo com ai mede aquilo, pesa o outro... (diz quem já cozinhou comigo que o facto de eu pesar tudo muito certinho é um pedaço desconcertante) e queremos aparecer com o tabuleiro das panquecas que quase se fizeram sozinhas.
O conceito aqui é misturar os ingredientes sólidos previamente com a ajuda da(o) picadora/robô de cozinha/food processor para incorporar a manteiga na farinha e nas suas amigas mágicas, congelar em doses pré-embaladas para nem sequer termos trabalho depois a dividir as porções e misturar no próprio dia antes de as fritarmos... cozermos... olha, aos saltos na frigideira! Não estranhem o buttermilk (leitelho), o leite em pó e o malte. O buttermilk nas panquecas torna-as mais saborosas e leves (leves em termos de textura, porque em termos de calorias, não se iludam elas estão lá), o malte eu uso para espessar os meus batidos e gosto do sabor que dá a bolos, bolachas e afins (pensem no interior dos maltesers, eu pelo menos é que faço) e o leite em pó é das minhas mais recentes descobertas pelo mundo da bolaria, é tipo o pó mágico dos bolos, sozinho e preparado conforme as instruções da embalagem não vale a ponta de um chavelho, misturado em algo que não tem nada a ver intensifica os sabores todos, tipo sal (quer dizer, não se ponham a meter leite em pó nos refogados e depois digam que a culpa é minha, aqui fala-se em bolaria), bem, fiz-me entender, se não também já não consigo mais.
Ah... a receita! É já a seguir e sim... estou a dar uma receita e não, não está para cair nenhum santo do altar, que coisa.
Ingredientes - Mix
2 cháv. farinha s/fermento normal
2 cháv. farinha extra-fina s/fermento
1 cháv. de leite em pó
1/2 cháv. malte em pó
1/3 cháv. de açúcar
2 c. sopa fermento
1 c. sopa de bicarbonato de sódio
1 c. sopa de sal
170 g de manteiga sem sal (cortada em pedaços pequenos)
Nota - Uma chávena tem 240 ml de volume.
Nota 2 - Libertem a Julia Child que há em vós e usem mesmo manteiga, nada de magarina, Becéis e/ou derivados, parte da mística está na manteiga.
Usem a(o) picadora/robô de cozinha/food processor para misturar os ingredientes até ficarem com a textura de areia húmida, dividam por doses de 2 chávenas (o preparado dá sensivelmente para seis) e congelem alegremente (dois meses, no congelador sem medo se necessário, como se durasse os dois meses) até a altura de fazer as panquecas.
Quando quiserem fazer as panquecas adicionem a 2 chávenas do mix, dois ovos ligeiramente batidos e meia chávena de buttermilk, misturando até ligar e fritar. Eu não gosto de muita gordura nas panquecas (já chega a desgraça que vai massa) e por isso ou sou (ainda mais) preguiçoso e uso um pray de cozinha numa frigideira anti-aderente ou embebo um disco de algodão ou um pouco de papel de cozinha e untem ligeiramente a frigideira.
Nota - Para fazer buttermilk sem ter que o comprar, a uma chávena de leite gordo adicionem uma colher de sopa de sumo de limão ou vinagre (de cidra ou vinho branco) e deixem repousar 10 minutos.
Depois é colocar (mais) uma noz de manteiga, regar com maple syrup (eu podia ter escrito xarope de ácer, mas escrito em português lembra-me sempre óleo de fígado de bacalhau, óleo de rícino ou algo igualmente revoltante) e quando acharem que já chega, carga nisso mais maple syrup. Outras vozes há qu colocam açúcar e canela (isto de ser português dá para pôr canela em tudo), Nutella (que é uma benção dos deuses versão de barrar) que eu tenho um altar lá em casa mas não a ponho em panquecas, doces de qualquer coisa (e entupir uma panqueca com sabor a fruta e vitaminas?!?) ou comê-las simples. Mas sempre ligeiramente mornas tenham o forno com a temperatura muito baixa e coloquem lá as panquecas à medida que as vão fritando para manter a temperatura.
Divirtam-se e aproveitem e espalhem pelas más línguas que eu até dou receitas, de vez em quando.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Toca de Fazer Mudanças
Não que eu ligue muito ao conceito dos pecados mortais mas de facto a preguiça assola-me constantemente (tirando os outros todos mas vá) e até no mundo mágico do online eu sou preguiçoso.
Seguir blogs através de uma conta, escrever no meu através de outra, fazer o pino, cambalhotas, publicá-los em redes sociais, que canseira. Portanto e porque seguindo uma filosofia de que "não há tempo", decidi fazer as malinhas e colocar os sabores aqui.
Para os que já lêem os sabores sabem que plus ça change, plus c'est la même chose, ou seja... mais do mesmo, falo do que me apetece não porque me perceba grande coisa mas porque gosto de falar e de contar, tenho em mim alma de racounter, por isso aos que já voam comigo dentro de instantes irá ser servida uma refeição ligeira, aos que vão embarcar, espero que se divirtam.
Os Sabores do Vento falam de sabores, de tachos, de bolos, biscoitos, bolachas e desventuras de um ovo-lacto-vegetariano por um Portugal onde me perguntam se eu como fiambre mas eu não levo a mal.
Também falamos de televisão (ah, esse eterno vício que destrói toda e qualquer aspiração hipster ou intelectualóide que eu pudesse vir a ter) onde eu vejo não tudo, mas quase (excepto CSI, não quero saber se é bom, não vejo CSI, já vejo que chegue), falo de cosmética porque tenho um cantinho no meu coração dedicado ao betume, portanto não se admirem se volta e meia aparecer um texto com "na minha sacola agora está sempre ", também falo das minhas idas ao supermercado, coisas que se passam nas filas, nos transportes públicos, possidonices que vou ouvindo aqui e ali.
Falo de espiritualidade(s) quando não me apetece comer só as batatas, não de forma demagógica, nem pedagógica, nem astrológica, mas há pérolas como "O Guru do Engate" que têm que ser devidamente contextualizadas, não... aqui não se aprende nada mas também não se ensina nada (agora com sabor a chocolate e manteiga de amendoim).
Não percam também as aventuras de Miga Mágica, a heroína que a Margarida Rebelo Pinto tentou afogar juntamente com uma ninhada de gatinhos (metaforicamente) mas que eu adoptei e levei-a nas asas do vento.
Façam o favor de manter os cintos apertados enquanto o sinal estiver ligado e acima de tudo relaxem, vai começar não tarda nada um filme com a Julia Roberts ou com animaizinhos, há sempre nos aviões um filme com animaizinhos.
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