Estávamos em 1998 quando eu fui imerso no mundo CLAMP, com títulos como X, RG Veda e Tokyo Babylon, estava habituado a um nível alto de violência física e psicológica.
Uma amiga minha recebeu um manga novo das CLAMP vindo do Japão, de tom cor de rosa pastel e uma heroína de dez anos com um ursinho com asas como seu companheiro não parecia uma coisa que me interessasse particularmente. O design, muito mais leve e etéreo, com flores a decorar os painéis de uma heroína com o nome da flor emblemática do Japão, lembro-me de o ter lido pela primeira vez por não haver nada de novo para ler.
Com o virar das páginas e não obstante uma história com undertones de público mais jovem, apercebi-me que Sakura é muito mais do que a caça às cartas, é um livro sobre o amor em todas as suas vertentes, a amizade e as relações entre pessoas em geral. Abordou a relação homossexual assumida do irmão adolescente de Sakura, a a ternura de duas primas que a vida separou, um amor entre um professor e uma aluna que lutaram contra família e preconceito e que se repete posteriormente com outro professor e a sua aluna em que a diferença de idades não impede o crescimento de um amor que se mantém inocente até ao final da história.
Sakura também é o sobre a primeira enfatuação da infância, aquela pessoa que admiramos acima de tudo e que inevitavelmente nos rejeita.
Para a celebração dos 60 anos da editora Kodansha, o manga de Card Captor Sakura foi reeditado com ilustrações nunca publicadas e permitindo a quem adquirir esta edição a possibilidade de ler o manga online gratis graças a um acesso que é facultado com a compra do livro.
Deixo-vos com as primeiras duas capas destes novos volumes, a primeira com Sakura e Kero-chan, a segunda com Sakura e Tomoyo.
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