domingo, 6 de janeiro de 2013

Viva viva la Befana

Há muitos anos atrás li num dos livros do Grimassi a lenda italiana da Befana, a bruxa velha que presenteia os meninos bem comportados com doces e os mal comportados com carvão (qualquer semelhança com atributos do Pai Natal serão claramente coincidências) mas não liguei muito, ficou como uma série de referências de livros da altura até à altura em que me cruzei com ela, no supermercado na sua versão Kinder da Ferrero, com baton vermelho e uma roupagem mais fashion. Rapidamente voltou à minha mente o livro onde tinha lido, a Befana fascina-me mais que não seja porque foi uma tradição ligada à imagem de uma bruxa que conseguiu sobreviver num país em que a Igreja Católica está tão presente. A Mãe tem destas coisas onde menos se espera ela está presente e faz-nos sorrir.

Quando vi a Befana lembrei-me automaticamente de Hécate (não da minha gata, claro) e achei que a Befana tinha uma ligação a Hécate, deusa anciã da noite, da bruxaria e das encruzilhadas uma deusa que premeia mas que castiga e sorri porque naquele momento (logo num supermercado) senti-a perto de mim e trouxe-a para o menino que se vai portando bem quando quer.

Deixo um encantamento à Befana que pretende a libertação de eventuais trevas que nos possam rodear:

"In nome del cielo!
Delle stelle e della Luna!
Mi levo questo mal d'occhio
per mia maggior' fortuna!
Befana! Befana! Befana!

Chiunque mi ha dato mal d'occhio;
Befana! Befana! Befana!

Me lo porta via
e maggior fortuna
Mi venga in casa mia!"

Grimassi, Raven. Ways of the Strega, Italian Witchcraft: Its Lore, Magick and Spells. Llewellyn Publications. 1997.

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