segunda-feira, 31 de março de 2014

Memórias ou reciclagem de posts

Hoje ao ler o post do Mark lembrei-me de um post escrito em Outubro de 2010 quando os sabores tinham outra morada que decidi reproduzir aqui porque se mantém, passaram quase quatro anos desde que o escrevi e foi à laia de desafio mas mantenho tudo.

"Hoje, em plena conversa tipicamente cerejeira, perguntava “Afinal de contas, vou escrever sobre o quê?”, não porque me falte assunto nos últimos dias mas não obstante, são coisas demasiadamente íntimas que me pertencem (ou não) e como tal não têm lugar nos Sabores do Vento. Ou ficariam demasiadamente rabiscoté e pareceriam uma caricatura ainda maior do que costumam ficar por estas bandas ou então seriam bastante reconhecíveis e interessam apenas às parte envolvidas. Juicy? Sim, sem dúvida. Chocantes? Algumas. Mas há que traçar uma linha entre o que podemos ou não partilhar.

E portanto fui desafiado para falar sobre amor, sobre se valerá a pena lutar pelo amor, ao que eu respondi que achei extremamente vago porque se fizermos esta pergunta a dez pessoas vamos receber dez respostas diferentes, todas válidas, todas fascinantes e todas incompletas por muito complexas que sejam as respostas.

Mas, ao contrário de uma tendência pseudo-espiritualóide que eu podia pintar de que o amor é incondicional e manifesta-se e é a partilha vou falar daquilo que nos assola e incendia e leva-nos a bater com a cabeça nas paredes. O amor romântico ou o amor paixão é lixado (ia usar um verbo com f, mas seria acusado de plágio) e tenho com ele uma relação esquisita. Como aqui não pretendo ser minimamente original já fiz os clichés quase todos, já o usei como estandarte pelo impossível, já fui extremamente cruel quando mo foi oferecido de mão beijada, já fiz figuras tristes e já fiz figuras alegres, já foi o meu sustento e o meu alento e já foi o Sol que nasce a cada manhã e já o amaldiçoei preso numa caixa (aparentemente) impossível de abrir, mas de alguma forma nunca desisti. Acho que o pior erro que qualquer um de nós pode fazer é prender o sentimento do amor a uma única pessoa e ficando nós assim eternamente presos a um estado de incerteza e de sobrevivência em que a nossa própria identidade fica translúcida e deixamos de ser e de existir, para sempre presos no Limbo e para sempre à deriva. Usamos frases absolutas como “se não for com a ou b ou c então não é com mais ninguém” ou tentamos transformar-nos em coisas que não somos para agradar até que o peso da máscara nos sufoca e nos mata a poucos e poucos. Amamos o Romeu e Julieta, mas convenhamos que por muito sublime que pudesse ter sido, aquilo não acaba bem. Histórias trágicas de amor têm piada porque são histórias e porque aquilo despoleta em nós o mais primordial que podemos sentir, mas não conseguiríamos viver naquela chama sem sermos inevitavelmente consumidos por ela. Amor é fogo que arde sem se ver, mas arde enquanto houver lenha e nós não passamos disso.

Depois outras alturas há em que o medo de ficarmos sós se mascara de amor, o medo do tempo que passa sem qualquer piedade, o vermos os amigos criarem as suas próprias histórias e ficarmos num estado tal de ansiedade que nem pomos a questão do mais vale só que mal acompanhado porque estar só não é nada animador e temos do outro lado a piedade solidária do “vais ver que vais encontrar alguém especial” ou então “para ti tem que ser alguém único que te mereça” e então aí quase que me apetece mandar isso às urtigas (ou à merda) e dizer “Ai é? Então venha, força, estou farto de estar à espera” e quando temos algo parecido ficamos por lá. Porque tudo muda, tudo se transforma e a esperança é a última a morrer, presa numa caixa de Pandora que entretanto encheu a nossa existência de angústia e de amargura e isso não é amor, rima claro, mas é apenas dor até termos a coragem de nos libertar.

Mas nunca desisti do amor, do seu ideal mágico e sádico e da promessa que fará parte do meu trilho e que quando se voltar a apresentar à minha frente eu arrisco e se bater com os cornos contra a parede, há sempre uma noite em frente ao ecrã a ver o “E Tudo o Vento Levou” e a pensar “Ah pronto, e eu a pensar que a minha vida é fodida, a Scarlet é que sofreu as passas do Algarve!”, por vezes dou por mim a soar frio, analítico e cínico quando o comento ou ouço desabafos, mas muito pelo contrário: nunca deixarei de acreditar no Amor, porque até prova em contrário ele nunca deixou de acreditar em mim."

 

domingo, 30 de março de 2014

sábado, 29 de março de 2014

Kiki so-so oui oui no no feat. Cake

 

Hoje estava nervoso confesso, primeiro evento do género, eventuais desistências que pudessem ser maiores que as presenças, o grupo não criar química ou ser uma grande seca.

Desistências houveram duas e nestas coisas são de esperar, não sou grande fã de desistências à última da hora mas desvaloriza-se e segue-se em frente.

Os meus agradecimentos a todos os que participaram e espero por vocês no próximo numa data futura e vamos deixar passar a Páscoa e libertar o açúcar em excesso do sangue.

À minha querida Margarida, a tua torta estava maravilhosa e sentia-se o amor e a dedicação, era torta de laranja com alma e devias ficar com a receita, para mim vai ser sempre a "torta de laranja da Margarida" porque nunca comi outra igual.

O meu era um bolo de amêndoa com creme de matcha (chá verde em pó) e fiquei bastante contente com o resultado.

Agora a lista dos bolos:

A Colomba do G. sabia a Páscoa, Primavera e Itália.

O bolo de limão e ricotta da C. era um raio de sol cheio de sabor a limão.

O bolo vegan de alfarroba da A. C. surpreendeu-me pela textura maravilhosa que não esperava de um bolo com restrições de ingredientes.

O bolo com doce de leite da S., que dizer senão "You had me at dolce de leche!"

A P. trouxe o melhor bolo brigadeiro que comi e eu não gosto de bolo brigadeiro, este é a excepção.

A K. trouxe Revani com sabor a Grécia e estava de chorar por mais.

O M. quis dar-nos Bolo de Fubá e foi o meu primeiro!

A CJ deu-me a volta e transformou Bannoffee Pie em Bannoffee Cake!

A L. veio com bolo de Nutella e não é preciso dizer mais nada pois não, cremosíssimo e sem farinha!

Devia ter tirado fotos a todos e para a próxima está garantido mas isto de sermos anfitriões e tentar dividir atenções tem muito que se lhe diga. Valeu a pena ao ponto de querer organizar mais! E deixo-vos com a Donna Summer!

 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Foi um daqueles dias

Hoje acordei com uma preguiça ainda maior do que é costume, apetecia-me ficar na ronha o dia inteiro; que se lixasse a responsabilidade e sentimento de dever e era eu, o computador e as séries todas que me apetecia ver e o meu pijama.

Apanhei uma molha até ao trabalho onde por alguma razão que transcende, a não ser a lei de Murphy, as pessoas estavam irritadiças ou intransigentes.

Quando saí do trabalho tive que passar pelo supermercado que para além de não ter metade das coisas que me faziam falta tinha uma fila descomunal porque a gestão de filas no minipreço é sempre má, estávamos dez na fila, apareceu um velhote com dois queijos frescos que me pediu para passar à frente, disse-lhe que por mim tudo bem mas que as restantes pessoas da fila tinham que concordar, e note-se que eu não era o próximo, e o senhor decidiu começar a discutir comigo que só tinha dois queijos e que o pão não era dali (who asked?) e não percebia porque é que eu não o deixava passar. Os outros clientes acederam e assim que ele passa à nossa frente, quando é a minha vez o senhor da caixa fecha a caixa porque já estava na hora dele, mudámos todos para outra fila onde do nada apareceu outra senhora a pedir para deixar passar, eu tinha três coisas e ela o saco cheio, para não levar com outro filme disse que não.

Cheguei ao prédio depois de mais um supermercado porque me faltavam coisas e onde ironicamente uma senhora me deixou passar à frente sem eu pedir.

Os vizinhos do segundo andar estão a fazer obras, é um pó que não se aguenta, barulho a toda a hora e tenho que subir quatro andares a respirar o menos possível para não morrer coma alergias, entretanto eu com dois sacos de compras, a mala, a marmita escorrei no pó das escadas e caí escada abaixo, pedi ajuda as com o barulho das máquinas esqueçam lá isso.

Quem me aturou foi o administrador do condomínio, ou o prédio passa a ser limpo mais do que uma vez por semana ou vamos ter chatices, a porcaria das portas não estão calafetadas e é uma nojeira e agora desculpem qualquer coisinha vou ali por as calças a lavar, tirar o estuque, ver a season premiere de Drop Dead Diva e ver a minha encomenda que chegou do Selfridges.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Valha-me o Senhor dos Passos

Eu sou o homem da funerária, no trabalho visto preto com camisas brancas e gravatas escuras, os cintos pretos e os sapatos pretos o que implica uma grande rotação nos sapatos.

Estes últimos que comprei devem ter sido postos na loja por um assassino que quer começar pelos pés, nem pensos de silicone, nem creme anti-fricção, ando aqui com os pensos dos sapatos de salto alto que são os únicos que me safam... ai trabalho a quanto obrigas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Truly truly truly outrageous

 

Embora a She-ra seja uma das minhas heroínas de referência, a Jem também faz parte da minha infância. Na altura em que o pop rock explodia a Jem apareceu nas séries de animação, numa realidade televisiva em que os rapazes dominavam o commando da televisão, a Jem tinha que os manter intrigados para que as meninas pudessem ver, Jem é uma série escrita por encomenda pela genial Christy Marx que recebeu protótipos de bonecas da Hasbro e teve que criar uma série que pudesse servir como veículo de publicidade. Aliando a moda à música e uma tecnologia holográfica tecnologicamente impossível Jem nasceu para ser o novo modelo a seguir, inicialmente era para se chamar M mas a Habro desistiu quando os informaram que não era possível fazer copyright a uma letra.

A premissa é simples. Jerrica Benton é uma jovem que perde o seu pai e herda a casa Starlight, um lar para jovens órfãs quando aborda o gestor da empresa que assumiu o controlo da editora discográfica Starlight Jerrica vê-se literalmente entre a espada e a parede sem fundos para gerir o projecto, graças a uns brincos com micro emissores holográficos embutidos e o sistema de entretinimento holográfico Sinergy, Jerrica assume o alter-ego de Jem, uma cantora pop que com o seu grupo The Holograms consegue reaver a gestão da editora e fazer frente a Eric Raymond e ao grupo rival The Misfits.

As histórias são interessantes de um ponto de vista de argumento, Jerrica/Jem vê-se envolvida num triângulo amoroso em que ela e o seu alter ego disputam atenção de Rio que embora seja o namorado de Jerrica sente-se incrivelmente atraído pela misteriosa Jem, história da tanga verdade mas se pensares nas implicações morais que eram destinadas às crianças não deixa de ter piada, além disso Jem tinha o cariz educativo/moralista dos desenhos animados da década de oitenta e aborda temas como a ecologia, países desfavorecidos e lança uma mensagem de que qualquer um de nós pode ser aquilo que quiser, verdade que Jerrica mente a todos para manter em segredo a tecnologia que dá vida a Jem que poderia causar graves danos nas mãos erradas. Cada episódio tinha 3 canções dos dois grupos muito kitsch como manda a regra e deixo-vos com mais uma para além do genérico.



Isto tudo para dizer que estão a pensar fazer um filme live-action da Jem como fizeram com os GI JOE.

Let's go season six!

A sexta temporada de RuPaul's Drag Race já vai a todo o vapor, a minha preferida até agora é a Bianca Del Rio, é um pouco mais velha e não tem aquela necessidade de fazer um boneco de reality television como terminar todas as frases com "Okaaaaaaaaaay!" ou "Absolutely!"



Para além de ser hiper mega talentosa a costurar como se vê no vídeo, tem um sentido de humor incrivelmente mordaz e on point, educada e com o seu qb de requinte de malvadez.



Gsoto tanto dela que já dei por mim no trabalhar a dizer "Calm down, Beyoncé!" e claro que a referência não é captada.

Clandestine Cake Clube - 29 Março - Flavours Around the World


É já no dia 29 de Março que vai ser realizado o primeiro evento do Clandestine Cake Club, sinto dois receios blogosféricos confesso, o primeiro tem a ver com a capacidade culinária. Nada temam, o encontro não é um concurso, ninguém está a ver quem cozinha melhor, estamos ali para socializar e comer bolo e o tema sabores do mundo também não é difícil qualquer bolo com um ingrediente típico de um país é um sabor do mundo e um bolo português também é um sabor do mundo (estou a repetir-me imenso, eu sei) e teria muito gosto em ver-vos por lá.

O outro receio prende-se com o anonimato que para alguns compreendo que seja válido mas a forma de inscrição não indica automaticamente quem é que vocês são associando-vos ao blog, podem perfeitamente inscrever-se, não mencionar o vosso blog e eu não farei a mais pálida ideia de quem são, for realz.

Unam-se em pares e o mais bolífico faz o bolo e o segundo vem como +1, é simples, é fácil, é grátis e tem bolos, BOLOS!

Now sashay away and BAKE!

quarta-feira, 19 de março de 2014

São dias

Hoje ao final do dia quando desligava o cérebro e lia a feed do livro das caras saiu na rifa um status da minha prima que xingava aqueles que por uma razão ou outra não davam relevo ao dia do pai, saia-lhe com a violência dos seus 19 anos e o pseudo mau feitio que dizem ser de família e apercebi-me que passou mais uma data que não marquei nas redes sociais.

Confesso que já deixei de ligar às pessoas que relatam os seus dias especiais para criar a ilusão de uma existência quase perfeita, a experiência já me permite distinguir um status update que é sentido ou um que é fabricado. E isto vale pare o dia do pai e vale para o resto, não preciso das redes sociais para mostrar aos outros quem são os que eu ame, se há coisa que as perdas me foram ensinando foi o valorizar, o dizer amo-te, fazes-me falta, és a minha bússola, o meu porto, o meu conforto à pessoas a quem e destinado.

Não são as fotos, os tags ou chavões com fotos pirosas de fundo que mostram ao mundo seja o que for, o mundo altera-se consoante as minhas acções e as palavras são fáceis especialmente se tiverem uma foto gira a ilustrar para não ser só texto a iludir ainda mais significado aquilo que basicamente diz que estar vivo é o contrário de estar morto.

Não festejei o dia do pai nas redes sociais porque não tenho necessidade de o fazer, é entre ele e eu, que interessa se escrevo que ele é o melhor pai do mundo? Parece uma daquelas canecas que compramos em crianças porque naquela altura realmente ele é aquilo tudo.

O meu pai não é o melhor pai do mundo, a vida puxa-nos e empurra-nos com anos de ausência pelo meio e ainda mais irónico é que fomos forçados a estar separados e há memórias e vivências que nunca vamos poder ter. Temos poucos (ou nenhuns) gostos em comum, visões políticas diferentes, ideologias diferentes e tantas outras coisas diferentes que por sua vez nos afastam quando estamos juntos.

O meu pai ensinou-me a tentar ser justo, a ser bom amigo, a dar segundas oportunidades porque todos erramos, a deixarmos de ser parvos quando se tentam aproveitar de nós, a mudar os pneus do carro. Ver o óleo, teve uma paciência de santo quando fazia de pendura a seguir a ter tirado a carta, levou-me a ver o "Beauty & the Beast" ao cinema e quase saiu quando o serviço de jantar começou o número musical, levou-me a ver o Dracula do Coppola e resmungava com aquela fantochada. Mas nunca foi um pai perfeito e nem tentou ser um pai perfeito.

Quem se indigna pela indiferença a um dia "festivo" pense que há quem se indigna pela banalização de sentimentos que são só para compor o personagem no Facebook onde realmente é muito fácil ser boa pessoa, eu vou continuando a colocar frases de séries e vídeos de travestis ou dizer que me apetece comprar um blush novo.

Too Much Information VIII - Queres brincar aos médicos?

Esta semana no Too Much Information vamos falar de brincadeiras de crianças!


1. Lembras-te de brincar aos médicos quando eras criança?

Hell yeah! Eu brincava a praticamente tudo, menos futebol porque me metiam à baliza e eu fugia da bola.

2. Quando escolhes um médico, o género ou orientação sexual é um factor a ter em conta?

Não, interessa-me se é competente.

3. Como te sentes em relação a agulhas?

Medo medo medo, se fosse dependente de heroína tinha que se alguém a injectar-me.

4. Todas as mães gostavam de ter um genro médico. O que achas de namorar um médico?

Trabalho há anos com médicos, tinha que me apaixonar muuuuuuuito para namorar com alguém da profissão.

5. Quem vai ao médico (ou veterinário) primeiro, tu ou o teu animal de estimação?

Hécate, a minha gata vai ao médico. Eu se disser que tenho que ir ao médico ficam todos em pânico e acham que eu estou a morrer.

6. Consideras-te um bom paciente?

Bom paciente para o que me é prescrito inicialmente, mau paciente para o follow-up que depois não vou. E sou bom doente, FYI, trato de mim, não chateio ninguém não faço um alarido como se uma constipação fosse o fim do mundo.

7. Já foste a algum cirurgião plástico?

Já, fiz um corte num dedo do pé e tive que ser visto por um cirurgião plástico e a vertente da minha dermatologista é dermocosmética por isso também a considero ainda que não cirurgia plástica, do foro da estética.

8. Se o dinheiro não fosse problema, que cirurgia plástica/estética farias?

Sim, mas em moderação, caso contrário ficava como a Detox "I've had my cheeks done and my lips done, my ass done and my legs done, my arms done..."

9. Como te sentes quando vais ao dentista?

Aterrorizadíssimo, tenho trauma com dentistas e fico sempre em pânico.

BÓNUS
Ainda brincas aos médicos?

Brinco pois, sou muito brincalhão.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Blush Holy Grail e não só!

O meu guarda roupa facial estava desfalcado no Orgasm da NARS mas já voltou acompanhado de creme de pistachios para me lambuzar no fim de semana!

Eolo e os tachos (yet again)

Ontem como previa passei a manhã a aspirar e a tarde a fazer brigadeiros, não há dúvida que cozinhar é a melhor terapia (para mim pelo menos) agora a ver se não é como a última vez em que fiz brownies e nem os cheirei.

E por falar em comida, está cá com uma daquelas fomes de devorar tudo.

domingo, 16 de março de 2014

2 Broke Girls

- I can't be the whore he's leaving her for!

- That's my favorite Doctor Seuss book!

Eu sei que venho tarde mas....

Aquela música é o que nos vai representar no Eurovision? Mas o dia das mentiras não é daqui a quinze dias?

 

Se aquela foi a que ganhou nem quero ver as outras.

Nunca se irrita o maquilhador

Ontem, aquele dia que eu queria sopas e descanso, fui à última hora substituir uma maquilhadora num evento que envolvia maquilhar uma dúzia de pessoas num curto espaço de tempo para desfilarem uma linha de acessórios e uns vestidos de noiva, don't ask...

A maioria das raparigas era acessíveis uma mistura de modelos raparigas menos modelos em que só uma é que decidiu partilhar comigo o seu amor por uma vlogger brasileira e ficou chocada que eu não gostasse, outra rapariga era FA BU LO SA! Não só cantava o Vogue como era super bem disposta e se pudesse tinha ficado a maquilhá-la horas a fio, era um jorro de boa disposição.

Mas vamos enquadrar, era patrocinado por uma marca que não vou revelar mas que nunca tinha usado e que tinha coisas boas e coisas menos boas, as menos boas deram-me cabo do juízo porque o teste às sombras é pele africana, aí é que vemos o que é que tem opacidade e pigmento, a Bardajix (chamemos-lhe assim) tem uma grande hype na blogaria portuguesa e até no "istrangeiro" mas honestamente? Meh. Não era coisa que levasse no meu kit.

A dada altura entrou uma das raparigas que não era modelo, calhou ao Deus do Vento e vinha acompanhada de mamãe, a sua mamãe toda ela uma pageant mom no seu pior que não se calava a mandar bitaites e começa de forma brilhante com algo do género "Veja lá o que vai fazer à minha filha!"


Adorava ter tido tempo para lhe explicar que a filha dela e mais um rosto no meio dos vários que tínhamos para maquilhar, que seguimos um determinado look seja ele qual for porque aquele que paga é o cliente e se o cliente quiser algo que nós não gostamos, temos imensa pena porque lá está, quem paga é o cliente. Queria também ter-lhe dito que sou um rapaz comedido que também é importante que a pessoa que eu maquilho se sinta confortável naquela nova pele e falando de pele ela bem que podia estar calada e levar a filha ao dermatologista porque num dia em que maquilhamos muitos ter que disfarçar acne cística não é pêra doce. Olhei para a miúda, estudei-a dois minutos e pensei "Bem, há look, mas tu queres sair da casca por isso let's amp it up!", bronzeei-a, dei-lhe um ar super sultry ali a roçar nos limites, usei a acne como desculpa (eu sou excelente a justificar impromptu) e ficou uma coisa uma pouquinho mais meio oriente do que era suposto mas no barulho das luzes não destoava. A rapariga ficou extasiada de alegria e a mãe a resmungar que estava muito e eu respondi-lhe maquilhagem para palco tem que ser mais intensa (justificação número dois) e a rapariga foi alegremente fazer o resto, provas e tal, com a mãe atrás que claramente devo ter ido atazanar o pessoal do guarda roupa. E a moral da história "Por favor não chateies o maquilhador que tem o rosto da tua filha nas mãos, a probabilidade de ele fazer exactamente o oposto do que estás para ali a dar palpites é mais do que alta."

E não pensem que eu sou uma pessoa má e horrenda porque a rapariga quando chegou à catwalk trouxe a sex bomb que tinha dentro dela e vibrou com aquilo tudo, era suposto ser noiva e saiu uma coisa mais parecida com algo com uma cena tipo Miley Cyrus sans tongue.

Em relação à marca Bardajix não havia muita coisa que eu quisesse levar, talvez o blush coral em creme que estivemos a testar mas não morri de amores e adoro adoro eventos patrocinados porque não gastei uma grama das coisas do meu kit e também me poupa uma série de testes. A rapariga da marca no início era super profissional e não era dada a comentários, pois quatro horas comigo e com o outro maquilhador e a pose saiu toda e já estávamos todos na caturreira.

Diverti-me imenso, deu para matar saudades de um amigo que já não via há uns dois meses e para por a conversa em dia, deu para me testar a maquilhar com a pressão do tempo e acabámos dentro do prazo. A cena da mãe é comum e anos de maquilhar noivas com as mães a fazerem de treinador de bancada já não é nova.

E este domingo não me parece que vá ser muito para descansar, já tenho ali o aspirador a olhar para mim.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A Magia de um Bolo de Chocolate

Este fim de semana, para além de pizza má, fiz bolo de chocolate com ganache de chocolate e caramelo salgado, fez as delícias cá de casa e desenferrujou o boleiro que há em mim, não há coisa que eu goste mais do que ver camadas envoltas em cobertura, mais que não seja para estar em forma para o Clandestine Cake Club em Lisboa no dia 29.

Esta semana vou dar uma de filho pródigo e dou um salto a casa, tenho que arranjar qualquer coisa para fazer no fim de semana, ainda que o que me apeteça seja um pouco de relax.

Tenho que arranjar matcha e não me apetece comprar online (deve estar para cair um santo do altar), algum de vocês sabe onde se encontra em Lisboa?

Má Pizza, Má!

Estou ausente, com o novo projecto tenho menos tempo ou menos energia ou menos dos dois, vou tentando manter-me a par de tudo mas é uma questão de ganhar mais ritmo.

Entretanto, e porque se considera que Os Sabores fazem serviço público, fomos provaria a Pizzeria Luzzo ali ao pé de Santa Marta e credo... que horror... por onde começar... Let's start at the start and take it away...

O restaurante tem um visual moderno tasca meets casual chic (o que quer que isto queira dizer) e fomos levados para a nossa mesa onde nos foi dado um tablet com o menú e instrucções para fazer o pedido, ou seja esqueçam lá os empregados andarem pela sala a ver o que é preciso, querem então é melhor fazerem o pedido no tablet, a menos que queiram um copo de água e aí têm que fazer caça ao tesouro e apanhar alguma para o pedir porque não está no tablet, no tablet também também está adicionar ingredientes mas não está retirar ingredientes e mais uma vez depois de apanharmos a nossa loiríssima que fazia justiça (infelizmente) ao rol de piadas da coloração capilar numa troca do género:

Eu - Queríamos a Luzzo mas sem o ananás caramelizado.
Ela - E não tem como tirar isso não?
Eu - Não sei, eu não encontrei mas explica-me.
Ela - É que eu ainda me confundo com isso aqui.
Eu - Imagine eu.
Ela - Deixa estar, pede na mesma que eu aviso lá dentro.

Modernices diria eu, tanta modernice e depois não há algo que parece óbvio... ah e nota de autor, reza a grande tradição culinária italiana que as pizzas não levam fruta (eu fui fruto, pun intended, de uma enorme lavagem cerebral ao longo dos anos) e quase todas tinham o belo do ananás caramelizado, fosse eu uma grande má língua diria que o chef aprendeu isso recentemente e dá-lhe todo um toque... seu.

As entradas também comme ci, comme ça, um camembert grelhado que de grelha tinha pouco e um chèvre panado com sumo de morango dizia eu que o doce dos morangos era o equilíbrio para a acidez do chèvre, ambos os queijos claramente italianos (/sarcasmo) e os morangos eram de estufa e como sabiam a melhorar era só mesmo para ensopar o panado.

Chegaram as pizzas, grandes e finas, tão finas e tão subtis que a massa não aguentava os quilos de queijo rasca de supermercado que não era mozzarella nem aqui nem na China e tinha um sabor gorduroso e enjoativo, eu quando provo pizzas novas fico-me pela Margherita porque honestamente se a pizza for boa é aqui que se vê onde os ingredientes falam por si.

O pouco staff (aqui se vê o porquê da genialidade dos tablets) que havia era pouco simpático a roçar no rude a pensar que eram blasé, o serviço péssimo, tivémos que dizer duas vezes que nos estavam a trazer a comida errada e viémos embora, como diria o Vasco Santana na "Canção de Lisboa", para nunca mais voltar.

Prefiro qualquer franchise ao que nos foi servido e foi um barrete ainda maior do que o das pizzas do Avillez que pelo menos essas tinham bons ingredientes enquanto estas nem por isso, perdoem-me a possidoneira mas com a lavagem de cerebral que já dura e é constante de pizzas eu percebo um bocadinho e não percebo esta tentativa "chicosa" de criar um novo sítio in onde se está melhor se estiverem out. Cheira-me que vou mais tarde ao Trip Advisor dizer thanks but no thanks e por aquele preço há muito melhor em Lisboa.

Ah e também fui ver o Philomena... saí de lá com a boca a saber a esferovite com muita parra e pouca uva, Lady Dench já esteve melhor, não a achei estelar e achei-a muito estucada para o papel, ainda bem que o bilhete foi pago com pontos mas soube-me a pouco, não percebi nem o propósito e não vi qualquer evolução seja no que for, cheio de palha para ficar gira no trailer como a cena dela pedir uma bebida no avião quando o jornalista lhe diz que é grátis, não é bom e não é mau e não é nada.

segunda-feira, 3 de março de 2014